segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Desabafos de um fã


A passagem de Mariah Carey pelo Brasil na semana passada, apesar da cobertura medíocre da imprensa nacional, me trouxe uma série de pensamentos a muito adormecidos. Recebi no dia da chegada dela uma mensagem do meu amigo Ricardo: “Acabei de ver a Mariah a menos de 3 metros de distância no aeroporto. Foi surreal. Um sonho realizado. Sem palavras.”. Ao ler o que ele havia escrito fiquei extremamente feliz, visto que, ele é grande fã da cantora. E me pondo em seu lugar imaginei o tamanho de sua felicidade. A mensagem do Ricardo, no entanto, não teria o mesmo efeito se enviada a alguém que não possui um ídolo e, logo, não tivesse ideia da alegria inexplicável que é ( ou ao menos eu imagino que seja) estar de frente à alguem que você admira e costuma acompanhar apenas através de revistas, internet, TV, e outros meios e obter informações sobre pessoas que, através de seus trabalhos, trazem mais alegria para as nossas vidas.

As definições da palavra fã que o dicionário nos dá são : “1- Pessoa admiradora de um ator, cantor, desportista, etc. 2- Admirador.” Sendo assim partimos nossa discussão do ponto que o fã é antes de tudo um apaixonado, não no sentido lato da palavra mas num sentido específico. Para os que não compreendem o que eu estou querendo dizer cabe aqui uma analogia ao esporte mais popular do Brasil. O futebol aproxima os torcedores e faz com que pessoas enfrentem diversas situações desagradáveis como apertos e, por vezes, brigas a fim de assistir aos jogos de seus respectivos times. Assim também funciona a vida de fã, com a diferença de que ao sair do estádio, o fã, ao contrário do torcedor, tem uma possibilidade muito menor de estar triste. Isso porque neste caso ninguém está disputando nada e, por esta razão, não há perdedores. Comparações a parte ser uma admirador traz inúmeros benefícios ao cotidiano da pessoa. É vasto o número de amizades que podem ser feitas simplesmente por se ser fã do mesmo artista. Além de momentos, que seriam a uma análise crua, torturantes, como noites sem dormir passadas filas imensas para se conseguir um ingresso e assistir a um show e horas de espera em um aeroporto em troca de um simples aceno, por exemplo, se tornarem ocasiões inesquecivelmente felizes.

O grande problema em ser fã é que, como tudo na vida, junto as coisas boas existem desvantagens. Uma das principais é ter que lidar com comentários de pessoas que tem uma visão diferente sobre o modo de se admirar um artista ( por diferente não quero dizer nem melhor nem pior mas realmente de visões divergentes) e que muitas vezes usam frases como: “Ela nem sabe que você existe.” ou “Você pagou tudo isso num CD? É só baixar as músicas.” e mais uma série de comentários que, perante a visão do admirador, não fazem o mínimo sentido. Para o fã pouco importa se o artista o conhece ou não, já que, segundo a sua opinião, o que realmente interessa é que seu ídolo esteja lançando trabalhos relevantes para que ele possa acompanhar e em relação aos gastos exacerbados não há grandes justificativas a não ser o fato do grande prazer que se tem ao comprar material relacionado ao seu ídolo. É óbvio que existe todo o tipo de fã, sendo o mais propagado pela mídia aquele que traz a imagem representada, na maioria das vezes por adolescentes histéricas que se descabelam em nome do mais novo rosto bonito do momento, que será substituído no próximo ano por outra carinha inédita e assim sucessivamente, demonstrando, desta maneira, que a futilidade está imperando na nossa sociedade. Esse fã não deve ser levado em consideração porque é ele que denigre a imagem do admirador que tem embasamento para exercer o seu fanatismo ( não leiam esta expressão da maneira pejorativa, mas sim no sentido de ser fã e agir como tal).

Enfim, conforme a discussão apresentada, é natural, nós fãs, ouvirmos de pessoas que não compartilham da nossa compreensão de mundo (mais uma vez eu ressalto que não estou superiorizando nenhum tipo de pensamento) que o que fazemos é uma insanidade, todavia eu penso que num mundo como o de hoje com tanta coisa ruim acontecendo o tempo todo, é sim válido esse escapismo da realidade (e por favor não confundam escapismo com alienação) e se encontramos alguém que podemos nos identificar através das mensagens positivas de sua arte, não vejo objeções para isso acontecer. Obrigado Mariah, por vir ao Brasil, fazer seus fãs felizes e me inspirar a escrever mais um texto para o meu blog.

Leandro Sá, 21 anos, esclarecendo que apesar de adorar a Mariah sou fã mesmo da Britney e da Madonna.

domingo, 25 de outubro de 2009

Provas Informais


Primeiramente eu gostaria de me desculpar por demorar tanto para postar um novo texto por aqui. A justificativa para esta ausência é o fato de que eu estava numa intensa semana entre trabalhos e provas na faculdade, sendo desta maneira avaliado. E vejam que ironia o destino nos traz, o motivo que me fez não escrever para o blog nesse período é o que se torna o novo tema a ser discutido no Miscelânea.

Avaliação é um nome que nos remete, na grande maioria das vezes, a nervosismo e outras sensações ruins ao passo que não vou abordar aqui o sentido educacional da palavra , não só porque se eu fizer isso vão pensar que o blog está tomando rumos pedagógicos, mas também porque a abrangência da palavra atinge âmbito bem mais amplo que o escolar/acadêmico.

Viver em sociedade faz com que sejamos avaliados a todo momento, seja dentro da nossa família, no trabalho ou dentre os próprios amigos. Pare para pensar: Quantas vezes você ouviu naquelas típicas festas de família aquela sua tia chata te perguntando constrangedoramente o porque de você não estar namorando, ou quantas vezes você deixou de fazer, vestir ou falar algo por medo do que os outros vão pensar, ou fez algo que não queria realmente só para para agradar outras pessoas. Estes são todos exemplos de como funciona sobre nós o efeito da avaliação social. Ou seja, temos medo de sermos reprovados pela sociedade pois a vida cotidiana nos exige provas de que estamos preparados para enfrentar as cobranças que o meio em que vivemos nos faz. E, vale ressaltar, que que estas atitudes são tão naturais que passam despercebidas por nossas ações e nossos olhos.

O grande problema é quando esta avaliação atinge um grau exagerado transformando-se em pré julgamento o que é altamente perigoso nas relações entre as pessoas já que, apesar de fazermos naturalmente este processo de aprovação/reprovação alheia, é necessário ao menos conhecer as pessoas e algumas de suas atitudes para que o processo ocorra da maneira funcional.

Qual seria o correto afinal ? Uma vez que todo o imaginário popular está impregnado com o julgamento em relação aos outros, não vou adotar um discurso demagogo e dizer que eu não faço isso já que estamos falando de uma ação natural a todo ser- humano, mas também não podemos nos isentar de preocupação com esta questão pois ao mesmo tempo que estamos avaliando os outros estamos sendo avaliados e isto pode não ser tão agradável.

Leandro Sá, 21 anos. Ciente de que esse texto vai ser avaliado e com planos de escrever sobre música na próxima semana.

sábado, 10 de outubro de 2009

Professor?! ... Por que Não?


Conforme o prometido aqui está o segundo texto do Miscelânea. Seguindo a ideia proposta desta vez vamos abordar um assunto que faz parte da minha vida: Os questionamentos referentes a profissão que eu pretendo seguir e a relação de tudo isto com um filme que marcou a minha vida. Espero que gostem:

É muito comum as pessoas que fazem algum tipo de curso na faculdade relacionado à licenciatura ouvirem a seguinte pergunta: “Mas você quer ser professor?” Não raro junto a este questionamento vem um certo tom de dúvida e/ou desconfiança de que realmente alguém tenha interesse em lecionar. Comentários como estes são justificados pelo fato da educação, e consequentemente, do professor em si no Brasil serem extremamente desvalorizados, seja financeira ou ideologicamente. Contudo o objetivo do blog não é ficar reclamando de ações políticas nem a intenção é, ao menos neste texto, criticar governantes e afins.

O que eu venho trazer dessa vez é a mensagem maravilhosa que me passou o filme “Sociedade dos Poetas Mortos” que apesar de antigo (1989) apresenta uma discussão super contemporânea. O longa estrelado por Robin Williams conta a história de John Keating, um carismático professor de literatura que passa a dar aulas numa escola, na qual ele já estudou, a Academia Welton, que tem métodos altamente tradicionais e inquestionáveis por quem quer que seja. Keating chega a instituição implantando em suas aulas um modo totalmente particular de ensinar, pois não é todo o professor que manda uma turma rasgar as páginas de introdução do seu livro pela linguagem ser técnica demais, ou subir numa mesa para que tenham uma visão mais ampla do que está ao seu redor. Apesar de inusitado, e divergente dos padrões da escola, esta é a maneira que ele busca para que os alunos tenham opinião própria e saibam analisar as coisas sob um ponto de vista crítico. Como ex- aluno da escola em questão o professor ainda inspira, mesmo que indiretamente, os estudantes a formarem a sociedade que então nomeia o filme, já que durante o seu tempo como aluno Jhon fundou o grupo que, tanto na época do professor quanto na “atual”, tem não só o objetivo de ler poesia mas também de expor seus pensamentos e de serem eles mesmos. Valorizando a expressão latina “Carpe Diem” que significa "Aproveite o Dia" o professor demonstra ser na vida deles não apenas alguém que jogou no quadro uma série de conteúdos, mas sim um homem que os estimulou a buscar a realização dos seus sonhos e o não desperdício do tempo com coisas mesquinhas, lhes ensinando assim toda uma filosofia de vida.

Ao assistir o final do filme muitos dirão que Keating não alcançou seu objetivo de mudar o sistema retrógrado da escola, mesmo porque ele foi demitido por seus métodos “nada ortodoxos” de ensinar. Porém eu penso o contrário já que com o anúncio da demissão do professor os mesmos alunos que ele "ensinou" a pensar quebram as rígidas normas da instituição se manifestando contra a demissão do mestre. O agradecimento dele a essa atitude deixa claro que muito mais que lutar contra o sistema o que ele realmente queria era fazê-los pessoas capazes de pensar e julgar tudo por conta própria.

Portanto ao terminar de assistir ao filme muitas coisas me fizeram refletir, entre elas a certeza do que eu realmente quero da minha vida,a influência que um professor exerce sobre alunos e, principalmente, que a minha (futura) profissão vai muito além da minha paixão pela Língua Portuguesa e suas Literaturas já que o importante é o que eu vou acrescentar de bom na vida de seres que irão me ver, antes de tudo, como um educador.Enfim quero ser Jhon Keating.

A seguir o trailler do filme que eu acho super válido vocês assistirem:

http://www.youtube.com/watch?v=mozu_zZANAI&feature=PlayList&p=7EF20A57FA2659B9&playnext=1&playnext_from=PL&index=39


Leandro Sá, 21 anos. Adorando cada vez que alguém me diz : “_ Você tem jeito de professor".

domingo, 4 de outubro de 2009

Motivações e Justificativas

Passei um longo tempo durante este ano pensando se deveria ou não começar um blog. Acabei hesitando um tempo por vários motivos, sendo o primeiro a minha falta de tempo, já que desde que eu comecei a faculdade, isso não é uma reclamação e sim um desabafo, minha vida tem sido uma correria e o pouco tempo que sobra eu uso para descansar, pois ninguém é de ferro. O segundo impedimento era certa, com o perdão da sinceridade, preguiça de ter como compromisso produzir sempre textos relevantes para postar aqui, pois quem tem o hábito de escrever sabe bem que nem tudo que se passa para o papel é necessariamente válido para ser lido pelos outros. Tudo isso somado ao fato de um dos meus maiores defeitos, que é o adiamento desnecessário de uma série de coisas, fez com que esse "projeto" demorasse a vir à luz. Porém quando o ato de escrever se torna mais uma necessidade que um desejo, acaba sendo essencial o uso de uma ferramenta para que suas ideias sejam expostas ao mundo e como para mim não vale ter um blog só por ter é bom vocês irem se preparando para ler muito.

Agora que eu já expliquei o motivo da criação do blog, acho necessário explicar também o título e o porquê da escolha dele. Miscelânea é uma palavra que eu particularmente gosto muito por definir de forma concisa o funcionamento da nossa vida, me isentem de qualquer interpretação pseudo-filosófica por esta observação. Procurei no Aurélio o significado literal da palavra e encontrei entre outros o que mais se aplica ao conceito que eu venho apresentar aqui Fig. Mistura de várias coisas.. Uma definição que pode causar uma primeira impressão de banalidade, mas que se for analisada com maior atenção reforça a minha afirmação anterior, afinal o que é a vida senão um mix de situações, sentimentos, aprendizados, vontades entre outros fatores que agregam a nossa existência. E é exatamente esse meu objetivo com o blog, abordar assuntos diferentes que compõem o meu cotidiano : música, literatura, cinema entre outros assuntos que estão presentes na miscelânea da minha vida.

Enfim espero que eu tenha sido claro quanto a tudo que diz respeito ao blog e que ele agrade a todos os que irão frequentá-lo. Em breve estarei postando os textos aqui. E só para reforçar a ideia do meu objetivo com ele recorro ao incontestável mestre das letras Machado de Assis que resume na introdução de Memórias Póstumas de Brás Cubas tudo o que eu quero dizer : Se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus..

Leandro Sá, 21 anos,ansioso pelas opiniões dos amigos sobre a nova empreitada.